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17.10.10

Texto para exemplificação das técnicas dissertativas

Pessoal, relembrando nossa aula sobre Neoplatonismo e os valores absoluto e relativo, eu escrevi este texto, que ainda que seja dissertativo em seu conteúdo, a sua forma foge um pouco das solicitadas nos vestibulares, por se assemelhar a um artigo.
Mas se estudarmos a sua estrutura, podemos perceber que ela também serve como modelo para a redação dos vestibulares, até porque ela faz uso de uma tese de adesão inicial, de uma tese principal e de um fato exemplo, além, é claro, de utilizar uma das técnicas de conclusão em uma dissertação.
Bom, vamos lá?!
- A tese de adesão inicial (usada no primeiro parágrafo) é a de que as verdades de cada um devem ser respeitadas, pois elas somadas conduzem à Verdade que é boa para todos.
- A tese principal se refere às verdades relativas e à Verdade Absoluta. Essa tese principal será defendida nos parágrafos de desenvolvimento da dissertação.
- O fato exemplo se refere a um modelo para comprovar se as verdades são Verdades. A exemplificação da nossa tese está no modelo 1+1=?
- E na conclusão é usada a técnica de reforço, através da metáfora do rio e do mar usada na introdução.
Agora, deixo uma pergunta para vocês refletirem:
- Que tipo de argumento foi usado para defender a tese principal?
Compatibilidade e Incompatibilidade; Regra de Justiça; Retorsão; Ridículo; Definições Etimológicas e Normativas; Desperdício; Exemplo, Modelo e Antimodelo; Analogia; ou Pragmático?

Sobre a Verdade por trás das verdades
“Ao alimentar o verdadeiro, ilumina-se a consciência; ao fomentar o bem, gera-se o saber”
Todas as verdades estão interligadas e quanto mais se buscar colocar em prática esta interligação, mais será a compreensão da Verdade que interliga todas as verdades, afinal, como Sertillanges afirma “basta eu embarcar no afluente que chegarei ao rio, e daí ao mar.
Mas que verdades são essas que se interligam? Essas verdades são aquelas consideradas relativas, ou seja, são pontos de vista individuais, e por assim serem, variam de pessoa a pessoa, sendo que, algumas dessas verdades podem não possuir efeito no geral, enquanto outras são somente efetivas em um âmbito específico e/ou individual; no entanto, essa efetividade é que irá conferir à relatividade caráter de verdadeiro, pois, sendo efetivo, ainda que relativo, possui valor prático - mesmo que na esfera individual.
Porém, se a relatividade de uma verdade assim for, ela inclusive poderá conduzir a uma verdade também prática na esfera do geral e coletiva. Mas cabe uma ressalva: para essa efetividade existir é necessário o bom funcionamento do processo da dinâmica de interdependência, que será analisado a seguir.
Assim como os fins são interdependentes a uma causa maior a qual eles são destinados, as verdades relativas também são interdependentes, portanto, todas elas dependem das verdades que as antecedem, sendo que a última das verdades – o que, inclusive deste ponto de vista de interdependência a caracteriza, também, como a primeira das verdades – é a Verdade Absoluta, isto é, a Verdade por trás das verdades.
Essa Verdade Absoluta é a última das verdades porque ela interliga as verdades relativas; e ela é a primeira, por ser o elemento sintetizador das teses e antíteses que conferem o tom da dinâmica entre as verdades relativas.
Aliás, é nessa dinâmica entre verdades relativas que se pode certificar se o que está sendo analisado é uma verdade (ainda que relativa) ou não.
Como foi abordado anteriormente, para a ascensão à Verdade é necessário abdicar de uma posição individual para ressaltar uma participação coletiva rumo ao universal. A esse processo convém denominá-lo de dinâmica de interdependência.
Ainda, sobre a dinâmica entre as verdades relativas e seu processo de interdependência é interessante demonstrar - por meio de uma pérola de sabedoria popular - quais são os três possíveis resultados que podem ser obtidos no processo:               
                - a dinâmica de interdependência através de um argumento, onde 1+1=0;
                - a dinâmica de interdependência através de um debate, onde 1+1=2;
                - e a dinâmica de interdependência através de um diálogo, onde 1+1=3.
Portanto, quando na soma das verdades relativas individuais, o resultado for maior ou igual a dois (2), uma ou todas as variáveis podem ser consideradas bom e/ou vero.
Porém, na certificação e na busca pela Verdade é mais interessante e sensato, se atentar à dinâmica de interdependência do que na relatividade individual das verdades de cada um dos envolvidos nesse processo, isto porque é no respeito à relatividade, portanto, aos pontos de vista individuais, que se alcança o elemento síntese que levará todas as verdades relativas que flutuam nos afluentes do rio ao absolutismo integrador do mar, que tudo abarca e que é o fim último de tudo aquilo que almeja conhecer o fator primeiro: a Verdade Absoluta.


25.5.10

O valor de um bom título para a redação

As primeiras 15 letras são muito importantes.

Uma boa redação já começa pelo seu título. Ainda que alguns vestibulares não citem a obrigatoriedade de se ter um título para o texto, é sempre interessante sintetizar de forma criativa o ponto de vista abordado através de um título chamativo.

Quando se tem um título interessante e bacana, há ainda uma maior predisposição por parte do interlocutor de prosseguir na leitura do restante do texto, ou seja, o título é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada, pois ajuda a reforçar o poder de argumentação – no caso de uma dissertação ou carta argumentativa – e cativar o interesse – no caso de uma narração.

De acordo com o professor aposentado da UNESP Rogério Chociay, autor do livro “Redação no vestibular da Unesp: a dissertação”, usar um título genérico é o mesmo que pedir para que a banca examinadora não se interesse pelo texto.

Afinal pessoal, vamos supor que a gente comece a ouvir uma música e logo no início a gente não curta a melodia do som, por mais que a letra seja interessante, a gente nem vai continuar ouvindo a canção até o final, não é mesmo?

Então, vamos agora estudar algumas fórmulas que irão nos auxiliar a criar um bom título.


Fórmula para criar um bom título
OBS – Os títulos abaixo são das melhores redações da FUVEST de 2009 e 2010.

1. Título direto
Ex.: a) Use somente o necessário.
       b) Imagem é poder

2. Título questionativo
Ex.: a) Porque não aceitar a solução do problema é quase sempre o problema da solução?
       b) Fato ou opinião?

3. Título instrutor
Ex.: a) Saiba como chegar naquele lugar.
       b) As boas fronteiras que estimulam o homem.

4. Título de comando
Ex.: a) Pare de esconder os problemas.
       b) Isso não é um cachimbo.

5. Título implícito.
(traz um valor embutido por trás do título, normalmente este valor se refere à tese principal)
Ex.: a) Fronteiras benéficas X Fronteiras opressoras
       b) “Pixels” não valem mais que verbos. E o contrário.

6. Título de garantia
(faz uso de palavras chaves ou conceitos que remetem à tese principal, mas de forma vaga, para que se possa criar uma expectativa e fazer com que o interlocutor leia todo o texto para compreender o sentido abordado no título)
Ex.: a) Ícaro, “I-Pods” e coca cola quente.
       b) Uma imagem vale mais que mil palavras.

7. Título personalizado
Ex.: a) Escher, Platão e o real imaginário.
       b) O grande legado de Platão.

8. Título curto e direto
Ex.: a) Imagem
       b) Persona

12.10.09

Como concluir uma dissertação

Formas de concluir a sua  redação

a) Através de um reforço:
“O relacionamento familiar tem suas particularidades, mas a maioria dos pais revelam que, além das preocupações já mencionadas, sentem-se sufocados com as exigências materiais dos jovens, que comprometem o orçamento doméstico de tal forma, que eles não têm outra alternativa, a não ser adiar seus próprios sonhos.”

O autor retoma, resumidamente, aquilo que explorou durante o texto.


b) Através de uma proposta:
“Vamos começar uma vida nova, de início virando esses nossos mapas para cima, para o Cruzeiro do Sul. Vamos criar nossos referenciais, nossos pontos de apoio, nossas formas de ver o mundo. Essa é a única forma de criar uma nação. Vamos finalmente descobrir o Brasil, mas desta vez com nossos próprios olhos.”

O autor faz uma (ou várias ) sugestões daquilo que deve ser feito para transformar a realidade apontada durante o restante do texto.
O verbo “vamos” apareceu três vezes. Recurso argumentativo e não como mera repetição.


c)Através de um questionamento:
“Quem é que vai pôr freios nessa gente, gentinha, gentalha? Quem sabe uma mudança na legislação que retire deles a proteção da idade, transformando-os em responsáveis por seus atos e, portanto, passíveis de cadeia, fizesse algum bem. Se os pais não cuidam deles, chamem a polícia...”

O autor parte de um questionamento para encerrar seu raciocínio.


d)Através de uma constatação que ainda não apareceu no restante do texto:
“De todas as grandes regiões do mundo, a África abaixo do Sahara é a que determina o século nas mais dolorosas condições, a não ser nos filmes de leões para o circo da televisão, onde o negro só aparece para segurar a câmara do branco, como antes segurava os rifles no safári.”

6.9.09

1ªTécnica de Redação

Técnica de redação – “Transformar o tema em um questionamento”


a)Como interpretar os temas da redação
Observe, a seguir, alguns procedimentos adequados à interpretação de temas:
·         Leia atentamente o(s) texto(s) apresentado(s).
·         Sublinhar as palavras-chave do(s)texto(s).
·         Encontrar uma idéia comum aos textos. Essa idéia será o tema de sua redação.
·         Caso as idéias sejam antagônicas (contrárias/opostas), extrair desse antagonismo o tema de sua redação.
Importante: leia com atenção o enunciado queacompanha o tema de redação. Verifique o que se pede e siga corretamente as instruções. A desconsideração do enunciado não raro implica desvio total ou parcial do tema.

b)Passos para desenvolver um bom tema
1)interrogar o tema;
2) responder, com a opinião
3) apresentar argumento básico
4) apresentar argumentos auxiliares
5) apresentar fato- exemplo
6) concluir

       
Vamos supor que o tema proposta seja:
 A competividade no mercado de trabalho e os fatores – vocação, talento, boa formação, estar atento á demanda atual - para conseguir um bom emprego.
 
 Primeiro, precisamos entender o tema:
Condições necessárias para o sucesso profissional.

1. Transforme o tema em uma pergunta:
Quais as condições necessárias para se atingir o sucesso profissional?

2. Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro, concordando ou discordando (ou, ainda, concordando em parte e discordando em parte): essa resposta é o seu ponto de vista/introdução.

3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal.

4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posição. Estes serão argumentos secundários.

5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo, geralmente, dá força e clareza à nossa argumentação. Esclarece a nossa opinião, fortalece os nossos argumentos. Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferencia o nosso texto: como ele nasce da experiência de vida, ele dá uma marca pessoal à dissertação.

6. A partir desses elementos, procure juntá-los num texto, que é o rascunho de sua redação. Por enquanto, você pode agrupá-los na seqüência que foi sugerida. Logo após, busque um fechamento, uma conclusão para o seu ponto de vista, ou seja, sobre o que você abordou em sua redação.

2ª Técnica de Redação

Técnica de redação – "Ideia nova" de Leonardo Schabbach
Muitas vezes quando relemos o nosso texto, a gente percebe que algo não está legal. Parece que algumas palavras se repetem com frequência e que as ideias não estão claras ou interligadas.
Para que o texto fique redondo e com as idéias conectadas, há uma técnica chamada de “ideia nova”. Essa técnica consiste no seguinte:
Após você fazer a introdução, haverá uma “nova ideia” no parágrafo anterior que poderá ser usado no parágrafo posterior.

Exemplo:
Uma menina passeava pela praça.”

Eu posso continuar escrevendo sobre a menina ou sobre a praça. Eu vou optar por escrever sobre a menina.
“Vestia uma roupa velha e corria ao encontro de seus amigos, uns garotos com quem costumava brincar.”

Vamos supor que queira falar agora dos amigos.
Eles pareciam não lhe dar muita atenção, sempre a ignoravam quando jogavam futebol"

Poderia descrever algo que a menina fez para chamar a atenção dos garotos ou aprofundar mais os sentimentos dela em relação a isso (já que eles sempre ignoravam ela quando jogavam futebol). Prossigo desta forma:
"Ela tinha raiva daquele esporte".

E então continuo, raiva por quê?
"Por causa dele era forçada a brincar sozinha".

Por que era forçada a brincar sozinha?
"Não tinha amigas, desde muito pequena que preferia brincar com os garotos".
Por fim, então, temos o seguinte parágrafo:
“Uma menina passeava pela praça. Vestia uma roupa velha e corria ao encontro de seus amigos, uns garotos com quem costumava brincar. Eles pareciam não lhe dar muita atenção, sempre a ignoravam quando jogavam futebol. Ela tinha raiva daquele esporte. Por causa dele era forçada a brincar sozinha. Não tinha amigas, desde muito pequena que preferia brincar com os garotos.”
Lembre-se pessoal, que neste exemplo, foi usado um texto narrativo. As redações dos vestibulares são de cárater dissertativo.

Agora, vamos estudar como esta técnica foi aplicada nesta redação dissertativa – que, inclusive, obteve nota 10 no ENEM de 2006.
Ler para compreender
Vivemos na era em que para nos inserir no mundo profissional devemos portar de boa formação e informação. Nada melhor para obtê-las do que sendo leitor assíduo, quem pratica a leitura está fazendo o mesmo com a consciência, o raciocínio e a visão crítica.
A leitura tem a capacidade de influenciar nosso modo de agir, pensar e falar. Com a sua prática freqüente, tudo isso é expresso de forma clara e objetiva. Pessoas que não possuem esse hábito ficam presas a gestos e formas rudimentares de comunicação.
Isso tudo é comprovado por meio de pesquisas as quais revelam que, na maioria dos casos, pessoas com ativa participação no mundo das palavras possuem um bom acervo léxico e, por isso, entram mais fácil no mercado de trabalho ocupando cargos de diretoria.
Porém, conter um bom vocabulário não torna-se o único meio de “vencer na vida”. É preciso ler e compreender para poder opinar, criticar e modificar situações.
Diante de tudo isso, sabe-se que o mundo da leitura pode transformar, enriquecer culturalmente e socialmente o ser humano. Não podemos compreender e sermos compreendidos sem sabermos utilizar a comunicação de forma correta e, portanto, torna-se indispensável a intimidade com a leitura

Comentários:
Na introdução (1º parágrafo), percebe-se que o autor aborda a importância da formação e informação.
Portanto, nos parágrafos seguintes, ou seja, no desenvolvimento, serão abordadas estas duas idéias que foram apresentadas na introdução.
No parágrafo de argumento da idéia principal (2º parágrafo da redação), o autor defende como é importante a formação no desenvolvimento da comunicação.
No parágrafo de argumento e exposição de um fato ou exemplo (3º parágrafo da redação), o autor apresenta uma referência que comprove a importância da formação, ou seja, é exposto um exemplo de como o desenvolvimento da comunicação é necessário no sucesso profissional.
Já, no parágrafo de argumento da idéia secundária (4ºparágrafo da redação), o autor defende como a informação ajuda no desenvolvimento do caráter crítico do indivíduo.
E para finalizar com mestria a redação, o autor conclui o texto (5º parágrafo) fazendo um reforço do que já foi abordado.


Atenção galera, aqui vai uma dica valiosa:
A Redação não deve ser vista como algo chato e obrigatório, mas, sim como uma oportunidade de manifestar a sua opinião. Nós devemos sempre questionar tudo que chega até a gente, mesmo que seja algo em que a gente concorde. Porque ao questionar, a gente vai procurar respostas, e nisto é que se dá o processo de adquirir conhecimento.